Fortalecer a Defensoria Pública representa Promover
Justiça, Democracia e Luta pelos Direitos Humanos
*Por Lídia Anjos
Nesta
sexta, amanhã, às 9hs, na Assembleia Legislativa de Sergipe, acontecerá uma
audiência muito importante para a população pobre e oprimida deste Estado. O
projeto de emenda constitucional 247 visa compelir Estados, Distrito Federal e
União a dotar todas as comarcas do país de Defensoria Pública. Hoje, 72% destas
não dispõem desse serviço que afasta milhões de pessoas do acesso à justiça,
privando-os do gozo de direitos essenciais.
Em
razão disso, em todo o país está sendo promovido este debate com o objetivo de ouvir
a sociedade civil a cerca da importância da defensoria pública na perspectiva
do acesso igualitário à justiça. Sabemos que no âmbito da estrutura de justiça,
existe um grande desequilíbrio na forma com que os investimentos públicos
transitam entre o poder judiciário e especificamente falando os órgãos do
Ministério Público e Defensoria Pública. Essa desarmonia impacta diretamente
sobre uma classe e uma cor específica: A classe pobre e negra deste país. E
desta, o segmento infanto-juvenil é de todos o mais vitimizado e a quem mais se
cobra punição. Daí os retornos constantes das discussões a cerca da redução da
maioridade penal, sempre impulsionados pelas classes dominantes e pela mídia
sensacionalista que não se debruçam e/ou negam pesquisas e estudos sérios a
cerca do assunto, em favor de seus interesses. Sem contar as questões de
gênero, a violência contra a mulher, o ódio injustificável contra o segmento
LGBTT, cujos homicídios em Sergipe dobram a cada ano, os conflitos relacionados
à terra, a criminalização dos defensores de direitos humanos e militantes de
movimentos sociais.
Mais
recentemente, na Assembleia Legislativa de Sergipe, sob a liderança do deputado
Augusto Bezerra, a maioria das deputadas e deputados declararam em relação às
comunidades quilombolas, alguns até com zombaria, irrestrito apoio aos fazendeiros de Sergipe e total
desrespeito e desprezo àqueles que sempre lutaram e construíram a riqueza desse
país, sempre sob opressão de uma classe que a explorou, assassinou, torturou,
perseguiu e continua a oprimir em troca
de se manter no poder, acumulando cada vez
mais terras e riquezas e, podendo a classe burguesa manter as mordomias
do ter sempre cada vez e a cada dia mais em detrimento do povo.
O
Estado por sua vez, não prioriza as políticas públicas de interesse da
população como educação e saúde. E isso é intencionalmente estratégico para
quem está a serviço da classe opressora. E quando se trata do acesso à justiça,
investe-se desigualmente priorizando-se as estruturas que julgam e acusam –
respectivamente o judiciário e o Ministério Público.
Reconhecemos
a importância desses investimentos por que são essenciais à democracia e não se
pode negar que existem nesses espaços pessoas comprometidas com a garantia de direitos. No entanto, não
podemos do mesmo modo deixar de lamentar
a postura por parte do Estado de
omissão, baixo investimento e desvalorização da Defensoria Pública e do
Defensor, o profissional cuja razão de existir é essencialmente: DEFENDER O
POVO.
Portanto, para os defensores de direitos humanos, a defesa da população é função precípua de
interesse público relevante e fortalecer a Defensoria Pública representa promover justiça, democracia e luta pelos direitos humanos, compreendendo
que o fortalecimento da defensoria Pública é consonante a defesa intransigente
das comunidades quilombolas e ser contra a Redução da Idade Penal, contra o
projeto da cura gay, e outros, sempre fiel à luta em favor dos oprimidos deste
país, pois não se defende direitos humanos, fortalecimento da defensoria
pública escolhendo qual direito se viola.
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