Astronadc Pereira, conhecido popularmente como Sargento Pereira, foi
agraciado pela Ordem dos Advogados do Brasil (Seccional Paraíba), terça-feira (10/12) - Dia
Internacional da Declaração Universal dos Direitos Humanos - com o Prêmio Estadual de Direitos Humanos, representado por
uma estatueta com um golfinho – símbolo da advocacia.
A homenagem, uma iniciativa da Comissão de Direitos Humanos da
OAB-PB, é conferida pelos advogados militantes dos direitos humanos aos que se
destacam na defesa dos direitos à vida plena, e que por causa da efetiva
atuação sofrem violência, ameaça, discriminação e assédio moral, ou seja, ultrapassam
barreiras na luta em prol do combate aos direitos humanos.
Ao receber a honraria, Astronadc Pereira falou da violência que alcança
os jovens negros, os grupos GLBTs, as mulheres, os povos indígenas,
trabalhadoras e trabalhadores. Apontou para a necessidade de uma mídia
democrática e mais ética, e também denunciou a criminalização contra os
movimentos sociais e a juventude.
Confira
a fala de Astronadc Pereira
na íntegra:
“No Capital pensado do Homem Sapiens, a violência sempre esteve e estar
presente. Vivenciamos uma era do não pensar, do não compartilhar. Refiro-me a
era do mecanicismo, uma doutrina que busca apenas o controle. Após a segunda Grande Guerra Mundial, tivemos o
julgamento de Nuremberg, onde houve uma busca incessante pela Justiça e pelas
reparações de graves violações de Direitos Humanos. Não muito distante, a nossa
aldeia Global acompanhou a luta e o fim do apartheid. Um regime de segregação
racial, que separava brancos e negros, e que o método era a violência extrema
contra os negros em detrimento de uma minoria branca. Através do líder maior
Nelson Mandela. A luta naquele momento era pela liberdade, justiça e direitos humanos”.
“Estes momento da história da humanidade nos faz refletir: qual é o
sentido da nossa existência na terra(?). Lembrando
de Paulo Freire, quando ele coloca a necessidade de libertarmos o oprimido e
também o opressor, podemos observar que ao libertamos o opressor damos sentido a
vida do oprimido e também do opressor. Este sentido buscado por todos nós,
desde muito tempo, chama-se felicidade. Platão, Freud, entre outros, já falavam
da necessidade de entendermos o sentido da vida, através da busca pela
felicidade”.
O que não tem sentido é a insensibilidade, a violência e a corrupção. A
corrupção é a mãe de todas as violências. A violência contra os encarcerados,
contra os jovens negros, contra as mulheres, a violência contra grupos GLBTs,
contra os povos indígenas, violência contra trabalhadoras e trabalhadores,
contra jornalistas, violência contra os povos remanescentes quilombolas.
Uma mídia que reforça a violência e a truculência policial. Violência
esta que sempre é desferida contra os pobres, negros e que residem em
comunidades carentes.
Há um processo violento de criminalizar os movimentos sociais e
criminalizar os jovens. Há também violência contra profissionais de segurança pública,
que tem seus direitos desrespeitados e muitos sofrem assédio moral. Havendo
ainda os tribunais militares que funcionam como tribunais de exceções. A
instituição policial militar no Brasil impõe regras e normas institucionais
aquém da luz da Constituição Federal, que oprime seus profissionais.
No Brasil o sistema político é representativo. Uma política
representativa, fundamentada na hipocrisia, no pragmatismo, no fisiologismo, no
utilitarismo, na falta de ética. Esta política não nos representa mais. Os
movimentos e manifestações do mês de junho deu um recado claro e direito a este
sistema político representativo. Queremos uma educação de qualidade; queremos
uma saúde de qualidade; queremos o fim da corrupção, queremos muito mais,
queremos um Brasil melhor. Queremos participar da política. Queremos uma
política participativa!!!.
Em 2014, o povo estará nas ruas. Lutaremos por uma segurança pública de
qualidade, lutaremos por reformas profundas nas estruturas do estado
brasileiro. Companheiras e Companheiros, amigos militantes, as palavras de
ordem de 2014 serão: Mobilização, Educação, Reformas, Política e Democracia
participativa.
A revolução passa por cada pessoa, por cada militante dos direitos humanos.
Uma revolução nas mentes e corações em busca de uma grande transformação social
para o nosso amado Brasil.
Muito Obrigado.
Assessoria de
Imprensa
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