EXPLOSÕES E ROUBO A BANCOS DURANTE A MADRUGADA_________Por que ocorre às explosões de banco na madrugada e e os policiais não conseguem dá uma resposta imediata no momento do roubo.
TÓPICOS
Astronadc
Pereira de Moraes
Sargento
da Polícia Militar da PB, é Psicólogo. E tem especialização em Criminologia e
Psicologia Criminal. Atualmente trabalha no 5º BPM/PB. Contato (83) 98831 2855.
1. As ações da polícia precisam ser legítimas e para isso é
preciso dotar os policiais com as condições necessárias dentro de um sistema legitimador e regulador.
2. O que leva os policiais a terem dúvidas e receio
de como agir nas ocorrências policiais?
Poderia sugerir: a inócua formação, treinamento e capacitação descontinuada
existentes nas corporações, falta de normas gerais de ação, ausência de
procedimentos operacional padrão policial em ocorrências, falta de seleção com
perfil profissiográfico, inexistência de tecnologias e recursos humanos,
carência dos meios para treinamento dos policiais, ausência de uma política de
valorização policial, péssimos salários.
3. Desta forma os constantes confrontos, mortes de policiais
e perseguições sofridas pelos agentes da Lei têm levado os policiais do Brasil
a passarem a reclamar da falta de apoio e proteção do Estado
e da sociedade. Sendo assim quando e como agir
frente a criminalidade? Bandidagem que se utiliza de armas bélicas (Rifle de
Assalto Kalashnikov AK-47, Sub metralhadora USE, Fuzil Cal. ponto .50 e até
granadas), além de estratégias criminosas!
4. Além do mais um Estado autoritário contra os próprios
policiais, que reivindicam mais direitos, mais condições,
mais democracia dentro dos quarteis, mais participação na gestão da
instituição, melhores condições de trabalho, mudanças na legislação castrense.
Lembrando que parte das justiças militares e sua legislação se equivalem a um
estado de exceção, onde os policiais militares deixam de ser vistos como
sujeitos de direitos a luz da constituição, a nossa Carta magna.
5. Os constantes confrontos armados têm levado os
policiais a se depararem com infinitas penalidades, tais como: As possibilidades de terem suas vidas ceifadas;
a execração pública e continuada que o faz perder a energia para trabalhar e
produzir na defesa da sociedade quando supostamente cometem erros, como se
assim o fosse uma regra, e não o é; e a possível condenação na justiça,
esperando o tribunal que o policial, antes morresse. Estes eventos tem tomado
de refém até mesmos os mais insistentes policiais.
7. É fato, portanto, que temos um sistema corrupto, uma
sociedade que insiste na cultura da violência, um Estado ausente e incompetente
para construir a cultura de paz e dignidade, uma polícia com deficiências
históricas gritantes, uma marginalidade social crescente e cada vez mais
articulada territorialmente.
8. Ainda vivemos num Brasil, que pessoas, ao ser
abordadas por agentes públicos, se rebelam e diz: “Sabe com quem você estar
falando”? O cidadão precisa entender, de uma vez por
todas, que a abordagem policial é um instrumento legal do Estado e necessária à
cidadania. Naquele momento, o policial é o Estado, e deve ser respeitado. E deve
ser a própria sociedade a aprovar e empoderar as ações legitimas da Polícia,
cabendo às polícias errarem menos, para serem mais respeitadas.
9. No Brasil, são constantes as explosões em agências bancarias ou
unidades financeiras, e ocorrem geralmente nos períodos
noturnos, exatamente onde os poucos policiais que ficam na rua, se sentem
sem apoio, enquanto todo sistema criminal “está dormindo”. Como enfrentar bandos armados com
fuzis e armas com calibres bem superiores ao da Polícia? Em viaturas sem equipamentos,
sem tecnologia, e com comunicação deficiente? O que espera a sociedade e o
governo, que os policiais façam?
10. Inegavelmente o momento é de avalizar uma reação social,
para uma política de estado na Segurança Pública, e não mais de governo. Em
parte, a “operação Lava Jato” nos impõe a proposta de instrumentos regulatórios
mais eficientes e pessoas mais corajosas, contra a corrupção, promovedora de
violências e pobreza. Sendo assim, é preciso reformular conceitos culturais. É
preciso a construção de uma política criminal séria, eficiente e eficaz. É
preciso a unidade das forças policiais para uma reforma e modernização
das policiais e de sua legislação. É Preciso coragem dos comandantes e
dos gestores também. Uma polícia mais bem preparada e que possa atuar em áreas
específicas de competências, e ofertando corresponsabilidades. A polícia, tal
como se encontra, faz tudo e quase nada termina. O ciclo é constantemente
quebrado e muito mal avaliado.
11. Esta situação de impotência das polícias é fruto de uma sociedade
incapaz de fazer a limpeza na política e de verdadeiramente enfrentar as
mazelas da corrupção, da criminalidade e da ausência de políticas públicas na
educação transformadora, trabalho, cidadania e segurança. Num país que se
comete 59.5 mil mortes violentas em único ano, neste caso em 2014,
segundo o Mapa da Violência do Brasil, construído pelo IPEA, e o que dizer das
mortes de policiais em detrimentos de suas profissões, fato este que revela bem
a fragilidade da profissão e a omissão do Estado.
12. A verdade é que os policiais também estão sendo vítimas da violência e do preconceito violento. A meu ver a sociedade, as instituições policiais e os governos precisam construir uma “rede social, econômica e legal de proteção e valorização aos bons policiais”. Quando se mata um policial se mata toda uma sociedade, portanto, a justiça não pode ser violenta, muito menos ser ingênua. E os policiais precisam se “rebelar” de forma legítima contra as violências que estes sofrem a todo instante, sem terem a quem recorrer. Desta forma, fica claro que quem promove a insegurança no Brasil é o próprio Estado brasileiro.
Sargento PEREIRA.
PM/PB - JP. Face: sargento Pereira.
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