Astronadc Pereira, é policial militar, Psicologo e professor. Mais conhecido como Sargento Pereira.

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Protógenes Queiroz: Desta vez, a tentativa de blindar o crime organizado não deu certo

Delegado/deputado descarrega a ‘metralhadora’ contra Gilmar Mendes.


Foto: ascom
As estreitas ligações entre a grande mídia brasileira e o poder político que a sustenta simplesmente nos impedem de termos o real conhecimento do que se passa, verdadeiramente, nos ‘bastidores’ do Brasil. Assim, quando os gigantes se enfrentam, pouco se sabe quem está mentindo e quem está falando a verdade.

No entanto, a perseguição ao delegado Protógenes Queiroz, da Polícia Federal, após a prisão do banqueiro Daniel Dantas, sempre foi uma história mal contada. Até a polêmica do uso de algemas por parte dos policiais ganhou vulto na cúpula do Poder Judiciário, depois que o milionário foi enquadrado pela PF.

Longe de queremos emitir um juiz de valor mais aprofundado sobre o caso (a grande mídia não nos capacita mesmo...), segue abaixo uma espécie de ‘desabafo’ de Protógenes Queiroz. Algo nos diz que ele foi vítima nessa história.

E agora ele é deputado. Agora ele pode abrir o verbo.

Ao povo brasileiro: como todos e todas puderam recentemente testemunhar, o ex-presidente do STF, Sr. Gilmar Mendes, fez declarações à revista Veja, ao site Conjur, aos jornais Globo e Folha de S. Paulo nesta semana, repercutido em diversos meios de comunicação, envolvendo o ex-presidente Lula e também o ex-ministro Nelson Jobim. Tanto foi assim que o próprio Gilmar Mendes teve que retificar tais declarações em seguida, na Rede Globo em 29/05.

Desta vez a tentativa de blindar o crime organizado não deu certo. Felizmente, o trabalho da CPMI do Cachoeira já transcendeu o poder de obstrução dos corruptos, corruptores e do Sr. Gilmar Mendes. Não adianta mais tentar ganhar no grito ou querer dispersar o foco objetivo da CPMI por meio de mentiras.

Convém lembrar que, há pouco menos de quatro anos, em 2008, quando o mesmo Gilmar Mendes, então presidente do STF, concedeu dois habeas-corpus em 48 horas ao banqueiro condenado Daniel Dantas, previa e devidamente preso por desviar bilhões de reais dos cofres públicos. Inaugurou naquela época o “foro privilegiado” para banqueiro bandido.

Naquele momento de crise institucional no Brasil, advindo da operação Satiagraha, a falta de credibilidade na justiça brasileira foi alertada, também, pelo ministro Joaquim Barbosa, ocasião em que abriu o debate na própria corte com o ex-presidente do STF Gilmar Mendes.

Os atos incomuns praticados no STF pelo ex-presidente Gilmar Mendes tinha, então, respaldo de um super poder judicial acima da lei e da Constituição da República. Hoje ele não tem mais. As coisas mudaram no Brasil. E continuarão mudando.

As afirmações mentirosas e criminosas dirigidas por ele contra mim, serão apreciadas em instrumentos próprios e no foro adequado, registrando que não tem indícios e documentos que classifiquem qualquer conduta na minha atividade como policial ou parlamentar vinculados ao esquema Cachoeira.

Talvez, o destempero, nervosismo e arrogância de Gilmar Mendes se explique ao longo da CPMI do Cachoeira na ampliação da coleta de dados, documentos e informações que aprofundem as investigações com o objetivo final de revelar as infiltrações nos Poderes da República, que ameaçam o Estado Democrático de Direito.

Por isso, é bom lembrar que as mudanças abrem novos caminhos para o futuro da mesma forma em que resgatam a memória. Assim, retroativamente, podemos desimpedir a evolução de um país que permanece obstruído por um legado de corrupção ética, moral e material. Ressalto ao final que a instauração da Comissão da Verdade e do Acesso à Informação dá para entender que a busca pela verdade é a ordem do dia no Brasil de hoje e de amanhã.

Deputado Delegado Protógenes

http://www.paraibaemqap.com.br/noticia.php?id=10140

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