Plebiscito popular pela reforma política
Ricardo Gebrim, integrante do movimento Consulta Popular e da organização nacional do plebiscito popular, afirma que defesa da constituinte por Lula é 'reforço decisivo'.
"Acreditamos que se trata de uma pauta que atende à grande maioria da população, independentemente da inclinação política. Nossa oposição está concentrada nos grandes interesses econômicos, que hoje manipulam o sistema", explica.
Entre 1º e 7 de setembro deste ano, organizações da sociedade civil e movimentos sociais de diversas áreas de atuação, como o Levante Popular da Juventude (LPJ), o Movimento Passe Livre (MPL) e o Movimento dos Trabalhadores sem Terra (MST), entre outros, estarão empenhados em um pleito paralelo às eleições presidenciais: urnas espalhadas por todo o país irão colher a opinião dos brasileiros sobre a convocação de uma constituinte exclusiva (para a qual não podem ser eleitos parlamentares em exercício) para debater a reforma política.
O objetivo do movimento é ultrapassar os 10 milhões de votos colhidos no plebiscito popular contra a Área de Livre Comércio das Américas (Alca), realizado em 2002, e, para isso, contará com aliados populares para levar a mensagem à população, como o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que na entrevista concedida na terça-feira (8), voltou a defender constituinte exclusiva para uma reforma política, como já havia afirmada no ano passado, em entrevista à RBA e veículos parceiros.
"Foi um apoio decisivo, pela popularidade do Lula e sua importância como líder político. A campanha hoje reúne um leque muito amplo de movimentos sociais, sindicatos e partidos políticos, e o ex-presidente vem para somar", avalia Ricardo Gebrim, integrante do movimento Consulta Popular e da organização nacional pelo plebiscito popular.
A campanha teve início em 15 de novembro de 2013, após o Congresso refutar a proposta da presidenta Dilma Rousseff de convocar uma assembleia constituinte exclusiva para realizar a reforma política. "Diante da resistência do Congresso, surgiu a sugestão de realizar um plebiscito para que a população decidisse se convocaríamos ou não uma constituinte. Também não permitiram o plebiscito, então decidimos fazer o nosso", conta Gebrim.
Aquela foi a segunda tentativa de aprovar a reforma política no Congresso, sem necessariamente ter de eleger uma constituinte. Em 2009, o então presidente Lula enviou um projeto de lei ao parlamento, mas esbarrou no mesmo obstáculo: a oposição de partidos grandes no Legislativo, como o PMDB, que se beneficiam das regras político-eleitorais atuais. "Está claro que, se depender dos parlamentares eleitos, a reforma não vai acontecer. Depende da nossa mobilização", pondera Gebrim.
Atualmente, o movimento está em fase de formação política dos militantes que trabalharão na campanha pela constituinte e na coleta dos votos, e, a partir de julho, passa a ir para as ruas em campanha preparatória para a semana de votação.
"Iremos para as ruas em defesa dessa bandeira, que é um dos grandes anseios da população. Nós vimos isso nas manifestações de rua de junho de 2013", avalia.
Gebrim espera ainda que haja boa sinergia entre a manifestação pela reforma política e os movimentos que protestam contra a realização da Copa do Mundo no Brasil, que prometem ocupar as ruas um mês antes do início da campanha do plebiscito popular.

O resultado do plebiscito será encaminhado à Presidência da República, à Câmara dos Deputados, ao Senado Federal e ao Supremo Tribunal Federal, além dos candidatos à presidência que estarão a um mês da votação no primeiro turno, em outubro. "Esperamos, da parte deles, o compromisso com a reforma política", resume Gebrim.
Fonte: www.redebrasilatual.com.br
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